segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

a incerteza lúdica

 O jogo é a celebração da incerteza. 

Para fazer sentido, a incerteza é pedagógica, aprender é o objetivo do jogo. Aprender a perder, aprender a desistir, aprender a não desistir e, principalmente, aprender a ganhar. 

O ganho é a derrota passageira da incerteza. 

E o jogo ensina o fair-play, a incerteza lúdica, a ênfase no processo mais do que o resultado.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

A vida em jogo


 Pedro Oliveira Neto

Viver em sociedade é, de muitas formas, participar de um jogo complexo, invisível e constante. Nele, cada indivíduo ocupa posições que mudam ao longo do tempo, enfrenta desafios impostos por estruturas sociais e precisa tomar decisões que impactam não apenas seu próprio caminho, mas também o do coletivo. A expressão “a vida em jogo” revela justamente essas tensões: a vida como algo que se disputa, que se negocia, que se coloca em risco e que se tenta valorizar em meio a pressões diversas.

Na sociedade contemporânea, a vida é posta em jogo quando as oportunidades não são igualmente distribuídas. O acesso desigual à educação, ao trabalho, à saúde e aos direitos básicos define quem avança e quem fica à margem. Muitas vezes, o mérito individual parece decidir tudo, mas por trás dele encontram-se condições sociais que influenciam profundamente o destino das pessoas. Nesse cenário, a sobrevivência pode se tornar um desafio diário, principalmente para aqueles que vivem em contextos de vulnerabilidade.

Além disso, a vida também é colocada em jogo na forma como lidamos com expectativas sociais. Há pressões para ser produtivo, bem-sucedido, competitivo e resiliente, como se a existência fosse uma corrida em que não é permitido parar. Essa lógica transforma a vida em um tabuleiro onde cada movimento é calculado, e o erro pode custar caro: desgaste emocional, adoecimento mental, frustração e sensação de insuficiência.

No entanto, mesmo em meio a essas dinâmicas, a sociedade também é lugar de encontros, trocas e solidariedade. Se a vida está em jogo, ela também está em constante reinvenção. As relações humanas, os movimentos sociais, a arte e a cultura criam espaços de resistência e possibilidades. Eles mostram que, embora existam regras inflexíveis, há também maneiras de uestionar, subverter e reconstruir o jogo. É nesta capacidade coletiva de transformar realidades que reside a esperança de uma vida mais justa.

Portanto, compreender a vida em jogo na sociedade é perceber que nossas escolhas e nossos caminhos não são apenas individuais, mas atravessados por fatores sociais, econômicos e culturais. É reconhecer que a vida vale mais do que qualquer competição e que o verdadeiro avanço acontece quando o jogo deixa de ser uma disputa desigual e se torna um espaço de convivência, dignidade e respeito para todos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Cordel da Subjetividade no Cinema

 


Marcos Vinicius


 

Na tela que brilha e fascina, 

o olhar se mistura ao enredo.

Tern plano que mostra o que e claro, 

tern mente escondendo o segredo.

Entre a câmera e a memória, 

surge o jogo dover com o medo.


lntriga nos traz o exemplo,

de um ponto de vista alinhado. 

Mas Nolan, Bunuel e Fellini 

fazem tudo ficar embaralhado. 

Misturam o real com o sonho, 

deixando o sentido dobrado.

 

'As vezes, o saber,e restrito, 

mas sem mente a nos revelar.

Como A beira do abismo nos mostra,

onde mal da pra escutar.

Já há filmes com vasto alcance 

que nos fazem par dentro olhar.


Flashbacks criam conexões, 

entre o antes, o agora e o porquê.

Sansho nos dá essa ponte

entre o filho e a mãe, sem clichê.

E em Hiroshima, a memória

e o que mais nos faz entender.

 

O sexto sentido desliza, 

entre over e o pressentir.

Nos mostra o valor da ausência,

no silêncio que faz refletir. 

Subjetivo não é só lembrar, 

É o jeito de nos conduzir.


No cinema, a mente é estrada 

e o olhar, um roteiro sem fim.

Entre a forma e a emoção contida, 

há um mundo dentro de mim.

Objetivo ou subjetivo, 

todo plano começa assim.