OFICINA DE REDAÇÃO CRIATIVA
Estudos sobre a Criatividade
domingo, 9 de novembro de 2025
domingo, 6 de julho de 2025
Watchmen
Lançado em 2009, o filme é uma adaptação cinematográfica da graphic novel, considerada uma das mais influentes obras dos quadrinhos, ganhadora de diversas premiações (4 Kirby Awards, 4 Eisner Awards e 7 Harvey Awards), do autor Alan Moore.
Se passando durante a Guerra Fria, a história se passa nos anos 1980, quando não se é mais permitido agir como um super-herói. A trama gira em torno de uma investigação por um vigilante mascarado denominado Rorschach, que está investigando a morte de um de seu antigo parceiro combatente do crime. Ao decorrer da trama, ele vai ao encontro de seus ex-parceiros vigilantes (Ozymandias, Dr Manhattan, Espectral e Coruja) para alertar sobre o assassinato, pois acredita-se que esse assassinato não é um caso isolado e sim uma conspiração para matar os demais vigilantes. Durante as investigações, Rorschach junto com os demais vigilantes descobrem que não se trata apenas de assassinatos de heróis, e sim, algo muito maior podendo alterar o destino do planeta terra.
O filme é dirigido por Zack Snyder, famoso pelo seu estilo sombrio, que mantém os impactos filosóficos, sociais, políticos e até espirituais na sociedade presente na história em quadrinhos. Além disso, faz questionar a moralidade por trás do conceito de “justiça”, apresenta personagens com profundos dilemas éticos e discute temas como poder absoluto, controle político e o valor da vida humana. Os personagens não os típicos Super-heróis, perfeitos, todos eles estão com conflitos internos, não se tratava apenas de seres super poderosos e sem problemas sempre lutando contra o mal, mas também de pessoas normais com questões e feridas em aberto.
O tom do filme é sombrio, uma estética escura e hiper detalhada, respeitando o visual da HQ, com cenas que parecem sair diretamente das páginas, como algumas “splash pages” - termo bastante utilizado por leitores para se referir a uma página inteira dedicada a uma única cena ou imagem impactante.
A obra divide opiniões dos fãs até hoje. Alguns elogiaram sua fidelidade estética e narrativa com a HQ, já outros acharam a adaptação fria, longa e excessivamente visual. Não se pode aguardar a todos, principalmente quando se trata de Zack Snyder - o que falar de “Batman vs Superman”, não é mesmo?
sábado, 5 de julho de 2025
Promethea #26
No derradeiro capítulo da saga, não assistimos a um cataclismo, mas a uma catarse. A humanidade não é destruída, é despertada. Moore nos obriga a pensar que o “apocalipse”, do grego apokálypsis, "revelação", talvez nunca tenha sido um fim literal, mas a súbita iluminação do que sempre esteve diante de nós: a ficção que chamamos de real.
A Promethea que guia a narrativa é mais do que personagem: é arquétipo. Ela é a ideia viva, a personificação do logos criativo, a manifestação de Sophia, a sabedoria. E nesta edição, ela desce à cidade (como quem desce à matéria) para revelar que a imaginação não é evasão, mas poder. Um poder tão vasto que pode, literalmente, reescrever o mundo.
Em diálogo com o hermetismo, a cabala, a tradição gnóstica e a metafísica da linguagem, Promethea #26 opera como um grimório moderno. Cada quadro é uma invocação, cada fala uma chave de abertura para um estado expandido de consciência. As ruas de Nova York se tornam um campo simbólico, onde figuras mitológicas e deuses pós-modernos disputam narrativas. A divindade não desce dos céus, ela emerge da linguagem, da arte, da imaginação humana.
O mais subversivo, porém, não está nas pirotecnias visuais ou nos diálogos sobre misticismo: está na ideia de que o mundo, como o conhecemos, termina quando compreendemos que o construímos com palavras. “O mundo vai acabar às 11h30 de quarta-feira. É melhor você ter algo para dizer.” É assim que se decreta o fim: como um convite à fala, à criação, à autoria do real.
Neste sentido, a HQ não é apenas literatura gráfica, é um ritual de iniciação. Um rito que nos apresenta à Promethea como musa e como método: sonhar como resistência, imaginar como revolução. E o mais radical dos atos criativos, parece dizer Moore, é perceber que você já é parte da ficção e que pode, a qualquer momento, reescrever a sua página.
O fim do mundo, portanto, não é uma ruína. É rito. É a consciência assumindo o comando da narrativa. E se há algo a ser aprendido com Promethea #26, é que imaginar não é escapar do mundo. É mergulhar nele com tanta lucidez que ele muda.
Revivendo Promethea
Promethea in Misty Magic Land
Diogo Bertolin
Onde será que a nossa imaginação pode nos levar ? Existe algum limite? Será que é possível acessar outro mundo? Ou quem sabe assumir outra personalidade?. Esses questionamentos passavam na cabeça de Sophie ou Promethea? Para se reencontrar, ela precisou de sua imaginação chegando através dela na ilha mística mágica.
A magia do pensamento fez com que Promethea se visse diante de sua infância sendo recebida pela chapeuzinho vermelho que a apresenta a floresta negra onde sua amiga supostamente estaria. E realmente ela lá estava, com o gorila chorão, mais um personagem que fazia parte da infância de Sophie, que trazia suas inseguranças e seus medos, que ela teve que superar para libertar sua amiga Stacia.
Parte de sua missão estava completa, agora precisava voltar ao mundo real, mais uma vez com a força da sua imaginação “apenas feche seu olho, e pense que está em Nova York” e assim, foi feito ambas estavam de volta a realidade dos EUA. Então, nos traz o seguinte pensamento: o quanto as histórias, os desenhos, a mídia infantil influencia na formação e no desenvolvimento do pensamento e das ideais no ser humano.
Portanto, Promethea nada mais é que o espírito infantil presente em cada um de nós, com as vivências, medos e referências de cada um nesse período da vida.
resenha de promethea
quinta-feira, 3 de julho de 2025
a luz
Operação Criatividade
QG Cerebral – Operação Criatividade
Por Josy Mayara
Localização: Córtex cerebral central, Estação de Processamento de Conhecimento.
Era mais uma segunda-feira agitada no QG cerebral de Júlia, estudante de Jornalismo. A missão do dia era desafiadora: Processo criativo, memorização e aprendizado para a apresentação de um trabalho sobre mídia e comportamento.
No comando, estavam os mesmos três heróis do cérebro reunidos numa mesa de emergência: Astro, o Astrócito, chefe de logística e suporte, Neuri, o Neurônio, encarregado das conexões e transmissões de ideias e Glia, a Célula Glial, responsável pela segurança, nutrição e controle geral da bagunça.
— Atenção, equipe! A Júlia bebeu café e agora tá com o cérebro a mil! Precisamos coordenar sinapses, energia e estabilidade emocional antes que ela comece a surtar com a quantidade de abas abertas no navegador! – Disse Astro, mostrando a sua hiperatividade.
— Tô recebendo um monte de informação aqui: Pierre Lévy, fandoms, cultura digital... Precisamos organizar essas memórias de curto prazo e fazer o backup no hipocampo! – Neuri falou com toda a calma e organização.
— Sem pânico! Já estou limpando os resíduos das sinapses anteriores e levando glicose fresquinha pros neurônios. Se os níveis de estresse subirem, eu lanço dopamina de emergência. – Disse Glia, sempre prestativa, ajudando os dois.
A luz do lobo frontal piscava freneticamente. Era sinal de que Laura estava tentando ser criativa. No córtex pré-frontal, Neuri começou a organizar ideias que surgiam:
— E se a gente comparar o comportamento dos fãs de música com movimentos sociais? Isso dá um gancho ótimo pra introdução! Alguém anota isso, rápido!
Astro se controlou e começou a digitar freneticamente num teclado invisível, gerando novas redes de apoio ao redor dos neurônios:
— Já estou fortalecendo as sinapses dessa ideia com proteínas de memória. Se ela dormir bem hoje, isso fixa!
— Se ela dormir bem... — Glia suspirou.
Lá fora, Júlia olhava fixamente para a tela do computador. Tinha acabado de ter uma ideia brilhante e nem sabia o quanto de esforço celular e cerebral isso envolvia. Sorriu, abriu o bloco de notas e começou a digitar.
Dentro do cérebro, o trio comemorava. No painel de controle apareceram as seguintes mensagens: Missão aprendizagem ativada com sucesso. Criatividade:fluindo. Memórias: em formação.
Glia estalou os dedos:
— Pronto, pessoal. Agora vamos só garantir que a motivação continue. Alguém libera um pouquinho de serotonina aí?
E assim, entre conexões elétricas, cuidados invisíveis e muito trabalho em equipe, o cérebro de Júlia seguia firme, construindo ideias, guardando conceitos e transformando conhecimento em criação. Porque no fim, mesmo por trás de uma mente criativa, sempre tem um exército invisível de pequenos heróis neurais trabalhando em silêncio para fazer tudo acontecer.





