A Centelha Original
CARLOS GUILHERME OLIVEIRA DE AMORIM
No alvorecer dos tempos, quando a terra ainda tecia seus primeiros sons, emergiu um ser diferente. Não apenas adaptável, mas capaz de moldar o mundo à sua vontade. Entre instintos e reações, pulsava uma força singular: o dom da criatividade. Não um privilégio, mas uma potencialidade inerente, tecida na própria essência de sua humanidade.
Este ser, que não se contentava com o dado, observava, questionava e, acima de tudo, inventava. Longe do determinismo genético que guiava as cobras, ou mesmo cães e golfinhos, possuía uma vasta capacidade de aprendizagem. Essa distinção permitia-lhe ir além da mera sobrevivência, impelindo-o a encontrar soluções onde outros viam apenas impasses. A roda, um dos primeiros grandes feitos, revelou não só a engenhosidade, mas a percepção de um universo em constante movimento, ao qual ele podia se harmonizar.
A lâmpada, acesa por Thomas Edison, simboliza essa faísca que se acende na mente. Uma "inspiração" que não brota do nada, mas de um solo preparado pelo esforço e pela transpiração. Assim, o homem transcende o mero existir, tecendo sua própria realidade através de criações incessantes, um testemunho vivo de seu poder criativo. Um dom, sim, mas um dom da natureza humana, ao alcance de todos.
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