Do que vale a vida sem diversão?
Valcidney Soares
“Mas do que vale o ensino sem criatividade?”, se perguntava Luna que, tal como o astro que deu origem ao seu nome, brilhava ao ver que a educação poderia ser mais do que sentar, ouvir, obedecer. Luna era inquieta. Aos 14 anos, nascida em um mundo onde “analógico” era quase palavra morta, sentia sede de se fazer ser compreendida, ainda que, na ânsia de aprender, não entendia o porquê do digital do seu dia a dia não se aplicar ao que vivia.
Tudo mudou com Yara, professora de Filosofia recém-chegada, que inquieta com aquela escola quase militarizada (“sente”, “ouça”, “obedeça”), propôs uma nova metodologia: a do aprender com diversão.
Ela chegou com um tal de Kahoot, que fez mudar a forma de lidar com o celular dentro de sala de aula. Proibição? Nunca mais. Prudência? Sempre.
Da Grécia Antiga à Filosofia Contemporânea, Luna passou fases, ganhou pontos, viu um objetivo mais factível. Perdeu, ganhou, soube administrar. Ajudou amigos e se fez ser ajudada. O Kahoot deixou de ser a única ferramenta. Participou de missões, enfrentou desafios, resolveu enigmas e completou tarefas em equipe.
Aquela coletividade para completar as fases, resultado da união da tecnologia com a educação, fez a menina-lua, antes fechada, se abrir mais. Os badges e troféus que perdeu, antes de a fazer se sentir desmotivada, geraram o efeito contrário: a vontade de, nos tempos dedicados ao estudo em casa e no período livre, perceber que a Filosofia, como na música de mesmo nome de Noel Rosa, a auxiliavam a viver indiferente. E Luna se fez brilhar ainda mais.
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