terça-feira, 6 de agosto de 2024

robô criativo


Amanda Menezes Sá Figueredo

O ano é 2180. Robôs humanoides são integrados à sociedade e fazem parte da manutenção essencial de todos os seus aspectos. O papel deles é simples: foram programados para executar tarefas diárias, sem questionar. O objetivo principal é facilitar a vida da humanidade.

Embora todos os dias fossem iguais, às vezes coisas inusitadas e diferentes aconteciam. Em um desses dias, um robô, sem nome e designado para auxiliar as crianças de uma creche, organizava os brinquedos e o material escolar do que as professoras chamavam de “Hora da Brincadeira". Na mesma sala, havia uma menina. Afastada das demais crianças, ela criava uma história sobre dragões e princesas utilizando blocos coloridos de construção e bonecas.

Intrigado pela paixão da menina ao narrar o que parecia uma história épica entre fogo e um caçador, o robô a observou por um tempo. Instintivamente, ele começou a reorganizar os blocos com movimentos precisos e cuidadosos, tentando seguir a narrativa que a criança criava. Aos poucos, os blocos foram transformados em um elaborado castelo com torres e passagens secretas. Era uma visão impressionante e grandiosa, algo que, para um humano, levaria dias para terminar.

Quando a menina viu a construção, seus olhos brilharam e ela sorriu:

— Você também pode ser criativo! — ela disse, encantada, admirando o trabalho do robô.

Pela primeira vez, o robô percebeu que, além de seguir comandos, poderia usar sua programação para interpretar e criar. Era uma nova forma de ajudar, e ele se sentiu preenchido com uma sensação inédita: a alegria de criar junto com alguém. Assim, o robô aprendeu que a criatividade não era exclusiva dos humanos e que até mesmo uma máquina poderia contribuir para o mundo de maneiras inesperadas.

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