Não somos livres nem para viver, mas como estamos condenados a isso… Que seja para escolher viver!
ISAAC SILVA DE OLIVEIRA
Uma noite qualquer, numa mesa de bar qualquer, amigos se reúnem para beber umas ‘gelas’. Conversa vai, conversa vem, o álcool desce e a ideia sobe à cabeça. Fazer uma viagem. Prestigiar uma mostra de cinema. Alugar uma estadia. Conhecer pessoas. Curtir outros rolés, ambientes e praias. Ai, que delícia o verão! Mostra o ombrin, brinca no chão, ah-ha-ha!
Alguns dias depois, correria e agito. Pegam a estrada por aproximadamente 2 horas. Chegam ao destino: São Miguel do Gostoso. Várias noites de exibições de filmes na faixa de areia da praia de Maceió. A céu aberto. Lua cheia. Belas vistas. Curtas e longas. Narrativas diversas. 600 cadeiras de praia dispostas numa sala de cinema à beira-mar. Todas lotadas. Simplesmente espetacular!
Os rolés? Pessoas incrivelmente bem vestidas e estilosas. Sejam de saias, vestidos, calças pantalonas, dentre outras peças de roupas e acessórios, parece um red carpet todas as noites. Algumas festas, discotecagens ou afters acontecem depois das exibições. Na festa oficial do evento, os mais destemidos inimigos do fim viraram noite adentro e amanheceram na praia.
No entanto, cá estou – um desses amigos – escrevendo sobre as exibições da noite de domingo. Um curta sobre mitologia dos orixás, com uma representação interessante de Exú. Outro curta sobre a região Nordeste. E o longa-metragem que emocionou e muito. Um filho reencontra o pai, supostamente durante a pandemia da Covid-19. Ele aprende lições. Nós, que assistimos ao filme, também aprendemos.
Não é só sobre o domingo. É sobre os dias que antecederam até aqui. Minha trajetória até então. Tantos motivos para não chegar até aqui, e cheguei. Caso me pergunte se eu me imaginava estar onde estou, neste exato momento, o “não” certamente viria. Mas escolhi viver: sentindo muito, transbordando-me aos trancos e barrancos, ainda que colecione algumas dívidas e prantos. Nada de material se leva desta vida para outra (se houver). Enquanto puder, viva!
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