Maria Eduarda Pereira da Silva
Marcos resmunga olhando para o chão suas falas baixinho, as luzes estão semi apagadas podendo ser visto apenas as sobras dos telespectadores nas arquibancadas do programa que conversam distraidamente.
Todos os anos em seu programa anual Marcos nos apresenta suas criaturas, como um grande cientista que é, ele dá vida e forma a palavras e descrições que nunca imaginamos ver. Há dois anos ele surpreendeu a apresentar a uma acanhada e envergonhada criatividade, que após uns minutos desenvolveu confiança e nos mostrou até onde podemos chegar se estimulada.
Não se pode negar a surpresa de ver como é ao vivo e em cores (muitas cores) algo que fica apenas dentro de nossa mente. E com essa inovação choveu inúmeras dúvidas de como Marcos a criou, e para sorte não apenas que quem está presente, mas para todos que assistirem o programa de casa ele trouxe a resposta que está enfileirada atrás das cortinas, com 1,60 de altura conversando pelos cotovelos.
Assim que a cada placa de acende todos no estúdio se calam por completo, excerto as criações do Marcos que continuam a cochichar sem descanso. Marcos acompanha o olhar do diretor e vai até as cortinas.
- Meninos... - Sussurra e todos os dez focam nele de imediato – Por favor...
Assim que consegue o que queria, volta para a marcação pedindo desculpas para o diretor que descarta seu pedido com um aceno tranquilo de cabeça fazendo um sinal para o câmera. Marcos foca no homem barbudo que levanta três dedos da mão direita iniciando a contagem.
Três, Marcos passa a mão pela camisa social branca. Dois, segura com mais força o microfone do que o necessário - o único sinal de nervosismo que se desfaz assim que a luz vermelha de “gravando” acende. Um...
- Boa noite a todos! - Cumprimenta – Nesta noite vim apresentá-los aos dez passos para a criatividade... após a minha última criação vários de vocês me questionaram como eu a criei, a desenvolvi e nada mais justo de que após incentivar a todos a pensar fora da casinha – A plateia rir pela expressão - Eu também mostrar cada passo que eu mesmo precisei percorrer para exercitar a minha própria criatividade...
Enquanto fazia sua introdução atrás das cortinhas se iniciava um pequeno surto já que a bricolagem achava que tudo aquilo era demais para ela.
- Não... não - Disse dando passos para o lado, saindo da formação e chamando a atenção dos outros – Eu não vou conseguir...
- De novo isso? - A Irreverência disse revirando os olhos enquanto ignorava o olhar de repreensão da inspiração
- Por que você é assim? - o Tao perguntou a irreverência enquanto o Insight e a inspiração tentavam acalmar a bricolagem – Se acha melhor do que nós?
- Por que sou mais ousado que você? - A irreverência responde com uma pergunta de forma convencida
- Ousado? - O Metáfora se meter – Eu diria grosseiro – Tao segura o riso pela resposta afiada do amigo que levanta a mão para ele bater.
A Irreverência saí do começo da fila passando pelo círculo de criaturas que tentam acalmar a bricolagem indo até os dois últimos da fila, ela observa os dois silenciosamente.
- E quem é você? - Pergunta para o último da fila
- Sou o Tao – Diz firme – O responsável por manter a igualdade entre nós - Conclui com orgulho e a Irreverência intercala entre ele e a Metáfora até que foca apenas na Metáfora.
- Estou esperando você reafirmar o que seu amigo falou – Alfineta
- Não é porque eu sou a Metáfora que faço isso sempre – Diz convicta – Eu faço isso sempre? - Pergunta para o Toa que dar de ombros
- Bri... você precisa se acalmar – A Mentalidade não-especializada diz calma – Você se lembrar? Pequenos trabalhos... pequenos trabalhos...
- Mas aquilo? - A Bricolagem aponta para o palco onde o Marcos aponta para um grande telão - É um grande trabalho, um enorme... astronômico
- Estaremos com você - A Mentalidade não-especializada devolve e o bom-humor concorda com a cabeça
- Por que não deixamos ela e vamos de uma vez? - A Irreverência pergunta e todos bufam
- Somos 10 – A Criança levanta as duas mãos respondendo sem medo – E não 9 – Diminui um dedo
- Exatamente! Somos como um time de futebol – Disse a Metáfora - Somos todos importantes – Tao bufa negando com a cabeça - O que?
- A questão é... - A Irreverência diz – Porque devemos te escutar, especializado? - Cruza os braços
- Não é obvio? - A Mentalidade não-especializada fala – Exatamente por isso, eu sei de tudo, estudei sobre tudo a respeito de quem somos e onde podemos chegar se nos unirmos... e é não-especializada – corrige
- Pior ainda – a Irreverência rebate
- Você não devia nos contrariar – Disse a Inspiração
- Por que eu não aceito o que vocês dizem de imediato? - Disse a Irreverência dando dois passos à frente
- Tecnicamente, você não está errado – O Insight diz pela primeira vez – Apenas direcionando para a direção errada
- Não consigo pronunciar o nome desse cara – A Metáfora sussurra para o Tao
- Não consegui nem entender o que ele disse agora – Respondeu o Tao
- Alguma dessas pessoas não vão nos estender até mesmo a achar que não precisam de nós para alcançar a criatividade e é você com a sua aversão a aceitar a verdade que vamos conseguir – A Irreverência pista atônica com a descoberta
- O QUE? Eles podem não gostar da gente? - A Bricolagem fala surpresa
- Bri... - PLN chama sua atenção - Eles precisam de nós, da nossa ajuda... de cada um de nós - Diz olhando para todos – Precisamos ir juntos e convencê-los a isso... o Marcos vai nos ajudar, não se preocupe
- Ele é o responsável por nos manter unidos – Sussurra a Metáfora
- A gente escuta vocês... então parem de cochichar – A inspiração aconselha
- Todos somos importantes – Tao emenda – E se você não se sentir pronta, Bri... nós não vamos – Bricolagem olha surpresa para todos que concordam, excerto a Irreverência
- Pessoal! - Um homem da produção surge do nada fazendo os 10 pularem – Desculpa... vocês estram em um minuto – E se afasta
- O que vamos fazer? - Pergunta a criança
- Para suas formações - Bricolagem diz com um sorriso – Nos seus lugares – Fala confiante
- Nos seus lugares! - A Irreverência diz com certeza e todos sorrirem para ela
- Abraço! - o Bom-humor grita antes de fazer todos formarem um círculo até que escutam um POOF e um ser minúsculo e colorido surgir entre eles.
- O que estou? - Disse a criatividade
- Acho que era pra ela surgir apenas no palco, não? - Perguntou a
Metáfora
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